Adoro-Vos devotamente,
ó divindade escondida,
que sob estas figuras está velada realmente.
Meu coração a Vós se submete plenamente,
e contemplando-Vos, desfalece inteiramente.
Vista, tato, paladar aqui se enganam,
mas o que ouço sustenta a minha Fé.
Creio no que disse o Filho de Deus:
nada é mais verdadeiro,
porque sua palavra é Verdade.
Na Cruz estava oculta só a divindade;
aqui também se oculta a humanidade.
Contudo, em ambos creio e confesso.
Peço o que pedia o ladrão penitente.
As chagas, como Tomé, não as vejo.
Porém meu Deus, contudo, vos confesso.
Fazei-me em Vós sempre mais e mais crer,
em Vós esperar, e Vos amar.
Ó lembrança da morte do Senhor,
Pão vivo que dais a vida ao homem.
Concedei à minha alma em Vós viver,
e a ela seja doce Vos conhecer.
Piedoso pelicano, Senhor Jesus,
a mim, imundo, purificai-me por vosso Sangue,
do qual uma só gota pode salvar o mundo inteiro, de todos os seus crimes.
Ó Jesus, que velado agora vejo,
peço-Vos que se faça aquilo que tanto desejo.
Que eu possa Vos contemplar face a face,
e veja, pleno de gozo, a vossa glória. Amém.
Em meados do século XIII, um sacerdote de nome Padre Pedro de Praga duvidava sobre a presença de Cristo na Eucaristia, pelo que realizou uma peregrinação a Roma para rogar sobre o túmulo de São Pedro esta graça de fé.
Ao regressar, enquanto celebrava a Santa Missa em Bolsena, na cripta de Santa Cristina, Itália, a Sagrada Hóstia sangrou, manchando o corporal com o preciosíssimo sangue. Este milagre, conhecido atualmente como Milagre de Bolsena, foi comunicado rapidamente ao Papa Urbano IV, que estava perto de Orvieto, que pediu que o corporal fosse levado até ele.
A venerada relíquia foi levada em procissão e diz-se que o Pontífice, ao ver este milagre, ajoelhou-se diante do corporal e, em seguida, o mostrou à população ali presente.
Em 1264, o Papa Urbano IV publicou a bula “Transiturus”, com a qual ordenou que fosse celebrada a Solenidade de Corpus Christi em toda a Igreja na quinta-feira depois do domingo da Santíssima Trindade. Corpus Christi é uma expressão latina que significa Corpo de Cristo.
Para a preparação de um ofício litúrgico, o Papa Urbano IV pediu a Santo Tomás de Aquino que fizesse a composição de hinos, para a festa de Corpus Christi.
"Adoro te devote" é um dos cinco hinos que Santo Tomas de Aquino compôs em louvor de Jesus presente no Santíssimo Sacramento incluídos em el Missale Romanum de 1570 após o Concilio de Trento (1545–1563).
Esta oração e os pormenores históricos e biográficos foram consultados em: oracoesemilagresmedievais.blogspot.com
www.acidigital.com
www.catolicismoromano.com.br
As pinturas são originais de Gráccio Caetano www.gracciocaetano.com
gracciocaetano.blogspot.pt
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