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sábado, 14 de março de 2020

Ato de aceitação da morte


Todo cristão pelo menos uma vez cada mês deveria ler ou acompanhar com o coração o seguinte:

Adoro, meu Deus, vosso ser eterno; ponho nas vossas mãos o que Vós me destes e que há de cessar pela morte no momento em que Vós o houverdes disposto. Aceito desde agora esta morte com submissão e espírito de humildade, em união da que sofreu meu Senhor Jesus Cristo; e espero com esta aceitação merecer vossa misericórdia para sair felizmente dum passo tão terrível.

Desejo, ó meu Deus, fazer-vos com minha morte um sacrifício de mim mesmo, rendendo a devida homenagem à grandeza de vosso ser pela destruição do meu. Desejo que a minha morte seja um sacrifício de expiação, aceites Vós, ó meu Deus, para satisfazer a vossa justiça por tantas ofensas; e com esta esperança, aceito com gosto tudo o que a morte tem de mais horroroso para os sentidos e para a natureza.

Consinto, ó meu Deus, na separação da alma do meu corpo, em castigo das vezes que por meus pecados me separarei de Vós. Aceito a privação do uso de meus sentidos, em satisfação das ofensas que por eles cometi.

Aceito, Senhor, que meu corpo seja escondido na terra e pisado, para castigar o orgulho com que procurei mostrar-me às criaturas; aceito que elas não se lembrem mais de mim em castigo do prazer que tive em que me amassem, aceito a solidão e horror do sepulcro, para reparar minhas dissipações e divertimentos perigosos; aceito,

enfim, a redução do meu corpo a pó e cinza, e que seja comido dos vermes, em castigo do amor desordenado que tinha por ele.

Ó pó, ó vermes! eu vos aceito, eu vos estimo, eu vos considero como instrumentos da justiça de meu Deus, para castigar a soberba e orgulho, que me fizeram rebelde a seus preceitos; vingai os seus interesses, reparai as injurias que eu lhe fiz, destruí este corpo de pecado, este inimigo de Deus, este membros de iniquidade, e fazei triunfar o poder do Criador sobre a fraqueza de sua indigna criatura. A tudo me sujeito, ó meu Deus, como também à sentença que vossa justiça divina quiser à minha alma no momento de minha morte.

Jesus, Senhor Deus de bondade e Pai de misericórdia, eu me apresento diante de Vós com o coração humilhado, contrito e confuso; imploro a vossa misericórdia para a minha última hora e para o que depois dela me espera.

Quando meus pés imóveis me advertirem de que a minha carreira neste mundo está próxima terminar: - ó misericordioso Jesus, tende piedade de mim Quando minhas mãos, trêmulas e entorpecidas, não puderem já sustentar a vossa imagem crucificada, e a meu pesar a deixar cair cobre o leito de minhas dores: - ó misericordioso Jesus, tende piedade de mim.

Quando meus olhos, já vidrados e ofuscados pelo horror da morte iminente, se fixarem em Vós, com um olhar languido e moribundo: - ó misericordioso Jesus, tende piedade de mim.

Quando meus lábios, frios e trêmulos pronunciarem pela última vez o vosso nome adorável e o de vossa Mãe Santíssima: - ó misericordioso Jesus, tende piedade de mim.

Quando minhas faces aos circunstantes compaixão e terror, e os meus cabelos, banhados com o suor da morte, anunciarem estar próximo o meu fim: - ó misericordioso Jesus, tende piedade de mim.

Quando os meus ouvidos estiverem próximos a cerrar-se para sempre aos discursos dos homens, e a abrir-se para escutar a vossa voz e a vossa irrevogável sentença: - ó misericordioso Jesus, tende piedade de mim.

Quando a minha imaginação, agitada por temerosos fantasmas, estiver submersa em mortais tristezas, e o meu espírito, perturbado pelo temor da vossa justiça, ao lembrar-se de minhas iniquidades lutar contra o demônio, que buscará precipitar-me na desesperação: - ó misericordioso Jesus, tende piedade de mim.

Quando meu débil coração, oprimido pelas dores da enfermidade, exausto de forças, pelos esforços que tiver feito contra os inimigos de minha salvação, estiver tomado dos horrores da morte: - ó misericordioso Jesus, tende piedade de mim.

Quando derramar a minha última lágrima, sintoma da minha destruição, ah! recebei-a em sacrifício expiatório, a fim de que eu morra como vítima de penitência e naquele terrível momento: - ó misericordioso Jesus, tende piedade de mim.

Quando meus parentes e amigos, estando em torno de mim, se enternecerem ao ver meu lastimoso estado, e por mim vos invocarem: - ó misericordioso Jesus, tende piedade de mim.

Quando perdido o uso dos sentidos todo o mundo desaparecer da minha vista, e eu gema entre angústias da última agonia e as ânsias da morte: - ó misericordioso Jesus, tende piedade de mim.

Quando as últimas ânsias do coração forçarem a minha alma a sair do corpo, aceitai-as como sinais duma santa impaciência de chegar a Vós; e então: - ó misericordioso Jesus, tende piedade de mim.

Quando esta alma, saindo, abandonar o meu corpo e o deixar pálido, frio, sem movimento e sem vida, aceitai, Senhor, a destruição de meu ser como homenagem que presto à vossa divina majestade, e naquela hora: - ó misericordioso Jesus, tende piedade

de mim.

Quando, finalmente,a minha alma comparecer na vossa divina presença e vir, pela primeira vez, o esplendor da vossa glória, não a expulseis da vossa presença, mas dignai-vos recebe-la benignamente, no seio de vossa misericórdia, para que cante eternamente as vossas misericórdias; e então, agora e sempre: - ó

misericordioso Jesus, tende piedade de mim.

Pelo merecimentos e intercessão de Maria Santíssima, Mãe e advogada dos pecadores, que espero rogará por mim na hora de minha morte: - ó misericordioso Jesus, tende piedade de mim.

Jesus, Maria e José, eu vos dou o meu coração e a minha alma.
Jesus, Maria e José, assisti-me na minha última agonia.
Jesus, Maria e José, fazei que descanse em paz a minha alma.

Este “Ato de Aceitação da Morte” faz parte do livro “Caminho reto e seguro para chegar ao Céu” do Santo Antônio Maria Claret.

Todo o cristão deve ler ou acompanhar com o coração esta oração, pelo menos uma vez por mês. (300 dias de indulgências)

Santo Antônio Maria Claret (1807-1870), nasceu no povoado de Sallent, diocese de Vic, Barcelona, Espanha. Apesar de ser educado numa família de grande religiosidade, durante a sua juventude viveu a religião católica sem grande fervor, dedicando-se mais às suas ocupações e negócios de trabalho, indo à missa e cumprindo suasdevoções apenas por tradição e obrigação. 

Porém, um dia, enquanto se divertia a nadar com os seus amigos, foi arrastado pelo movimento forte das ondas que o arrastou mar adentro. Apelou à Santíssima Virgem e, então sentiu que inexplicavelmente flutuava na superfície do oceano, sendo levado por força misteriosa até a praia, sem ter tragado sequer uma gota de água.

Salvo em terra, lembrou-se de ter ouvido uma passagem bíblica durante a Missa, das palavras de Jesus Cristo no Evangelho: “De que aproveita ao homem ganhar todo o mundo, se finalmente perde a sua alma?” (Mt 16,26).

Foi então que Santo Antônio Maria Claret se decide a consagrar-se inteiramente a Deus, e ordenado sacerdote, tornou-se missionário e posteriormente bispo.

Suas pregações com linguagem popular, usava da sua voz possante, capaz de se fazer ouvir pelas multidões que enchiam as praças públicas, pois o espaço interno das igrejas era insuficiente para conter todos os fiéis desejosos de escutá-lo. E não raro, as mesmas praças se verificavam pequenas para reunir o público que comparecia às suas pregações.

Insigne defensor da autoridade pontifícia,  Santo Antonio Maria  Claret foi também um grande devoto de Nossa Senhora, fundando  a Congregação  dos Filhos do seu  Imaculado  Coração,  conhecidos como claretianos.

Santo Antonio Maria  Claret foi um bispo-missionário, viajou por vários países, administrou crismas e regularizou três mil casamentos. Deixou também numerosas obras no campo social, com escolas agrícolas; e ele próprio escreveu os livros para ensinar os insulares a cultivar os campos.

Seu ardor missionário suscitou inimizades dos perseguidores da fé católica, sofreu um grave atentado, e outros tantos que colocaram em risco a sua vida.
O “Ato de aceitação da morte” foi consultado nos sites:

A vida e obra do Santo Antonio Maria  Claret foi consultada nos
sites:
Fotos de Pinturas sacras de Gráccio Caetano

É digna de fé esta palavra: Se com Ele morrermos, também com Ele viveremos. Se nos mantivermos firmes, reinaremos com Ele. Se o negarmos, também Ele nos negará. Se formos infiéis, Ele permanecerá fiel, pois não pode negar-se a si mesmo.” (2 Timóteo 2, 11-13)

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